Como não leio jornais de fim de semana, tenho apenas que agradecer à Pastoral Portuguesa (um blog que qualquer blogger que se preze conhece) por ter-me feito chegar esta pérola que transcrevo abaixo.
«Que dinheiro teria disponível para contratação de jogadores para a próxima época?
Não sei, mas não estou muito preocupado. É um orçamento que será feito por mim. Hei-de saber arranjar um esquema para saber montar... e se não souber, saberão outras pessoas por mim. Há esquemas de engenharia financeira para montar uma equipa competitiva.»
(Dias Ferreira, entrevista ao SOL, 11/03/2011)
E fez-me lembrar aquela crónica do Miguel Esteves Cardoso no seu "A Causa das Coisas". Não consegui encontrar o texto completo da crónica como queria, mas prometo que um dia quando tiver tempo e se me lembrar venho aqui escrevê-lo na sua totalidade. Vamos lá, um excerto então apenas de "Arranjar".
"Em Portugal, como todos sabem, é muito raro conseguir seja o que for. Em contrapartida tudo se arranja. O arranjar hoje é a versão portuguesa do conseguir. É verdade que “Quem espera sempre alcança”, mas como ninguém está para esperar, em vez de alcançar o que se quer, arranja-se outra coisa qualquer.
No fundo é talvez por não se terem as coisas que elas se têm de arranjar. Não se tem tempo, mas arranja-se. Já não há bilhetes, mas conhece-se alguém que os arranja. Ninguém tem dinheiro mas vai-se arranjando para o tabaco.
O próprio sistema político, económico, cultural, social estimula uma atitude para com o cidadão que se traduz pela expressão ”arranjem-se como puderem”. E o cidadão lá se vai arranjando. O mais das vezes este apelo constante ao improviso, à cunha e ao desenrascanço leva aos piores resultados. A continuar assim, o país está bem arranjado (…)”
Portugal no seu melhor.
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