A expectactiva estava elevada para o passado domingo à noite - os Broken Social Scene vinham pela primeira vez a Lisboa (após já terem passado pelo palco indie por excelência Paredes de Coura em 2006) e escolheram, a meu ver, a sala perfeita para o efeito.
Numa Aula Magna quase cheia mostraram-se primeiro os Hipnótica, banda portuguesa que editou muito recentemente o seu novo álbum "Twelve-Wired Bird of Paradise" e como tal foi a ocasião ideal para o darem a conhecer a um público mais alargado. Penso que o fizeram com competência e conseguiram entusiasmar quem lhes deu atenção com a sua mistura de Animal Collective com folk, realçando os notórios tiques de Ian Brown no vocalista. A ouvir com maior atenção.
Às 22h em ponto entram então em cena os Broken Social Scene, liderados por Kevin Drew e trazendo como cantora apenas a "residente" Lisa Lobsinger. E logo de início quiseram mostrar que a noite não ia ser mansa, arrancando com "World Sick", um dos mais intensos temas do recente Forgiveness Rock Record. Ganharam logo aí uma camada do público que não queria estar sentado a observar, mas sim acompanhar com o corpo o ritmo das músicas, e como se não fosse suficiente, atiraram logo de enfiada "Texico Bitches", "7/4 (Shoreline)", "Fire Eye'd Boy" e "Forced To Love". A noite estava ganha, mas mais vinha a caminho. Muito mais. Num total de 2h15 de concerto percorreram os seus 4 álbuns, mudando de ritmos mais agitados ("Superconnected", "Meet Me in The Basement", "KC Accidental") a temas mais oníricos e introspectivos ("Anthems For a Seventeen Year-Old Girl", "Lover's Spit", Hotel") com a mesma facilidade que os membros da banda trocavam de instrumentos, entre baixos, guitarras, teclados e instrumentos de sopro. Isto tudo sempre com um Kevin Drew extremamente simpáticom e à-vontade, chegando mesmo ao ponto de se sentar numa das apelativas cadeiras dos doutorais (apelidadas de "business class") e daí cantar uma música.
Tudo pareceu um filme que ia caminhando para um fim épico, que chegou com "It's All Gonna Break", já com o público todo de pé, a aplaudir longamente a performance de Drew e sua banda. De tal forma que ele não resistiu e ainda nos atirou, em jeito de docinho final, "Major Label Debut". Festa feita e mais um concerto para a memória.
World Sick; Texico Bitches; 7/4 (Shoreline); Fire Eye'd Boy; Forced To Love; All To All; Stars and Sons; Cause = Time; Sweetest Kill; Art House Director; Hotel; Guilty Cubicles; Superconnected; Anthems For a Seventeen Year-Old Girl; Lover's Spit; Ungrateful Little Father; Meet Me In The Basement; Looks Just Like The Sun; KC Accidental; Water In Hell; It's All Gonna Break; Major Label Debut
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