Aqui venho apresentar o meu manifesto sobre a situação em que se encontra a indústria de organização de concertos no nosso país. Acho que é um assunto onde claramente podemos inquirir: "Não há quem ponha mão nisto?"
Para começo de conversa, parece que estamos perante uma situação de oligopólio, no qual duas majors, Everything is New e Música no Coração, dominam o mercado a seu bel prazer, tirando alguns eventos mais apontados a nichos de mercado (Paredes Coura sendo o mais representativo) e tirando o supermercado aos fins de semana que se denomina de Rock in Rio. Aonde é que isto nos leva - a uma guerra entre as tais majors, que se mais não fazem do que preocupar-se única e exclusivamente em roubar público à outra, que tem como consequência a repetição até à exaustão de concertos por estas bandas. Evidence A - os concertos de xx e La Roux nos festivais e em nome próprio separados apenas por 2/3 meses. E o público que deseja concertos diferentes, novas bandas? "Que se lixem esses, eles não sabem o que querem, nós, a Nobreza da organização dos concertos em Portugal é que sabemos!" Pois bem, sinto poder falar em nome próprio e tenho a dizer o seguinte - Não brinquem comigo! O que eu quero é inovação, novidade e bandas de música a sério.
Senhores do Super Bock - The National já cá vieram 4 vezes nos últimos 3 anos. Cut Copy já cá vieram, John Butler Trio e Temper Trap idem. Palma's Gang? Nem vou comentar...
Senhores do Optimus - Faith No More vieram cá o ano passado. Gossip agora é todos os anos? Gogol Bordello ainda há 2 anos. LCD Soundsystem e Pearl Jam maravilha, mas mesmo assim, cromos repetidos. Kasabian - repetidos.
Olhar para estes cartazes faz mesmo lembrar aquele sentimento de criança de abrir as carteirinhas dos cromos e serem todos repetidos, uma tristeza. Onde andam os Foals, os Fanfarlo, os Spoon, os Pavement reunidos, os Fleet Foxes, os Japandroids, os Girls, os Them Crooked Vultures, os Broken Social Scene (já cá vieram mas há muitos anos e em Coura, só podia), os Noah & The Whale, os Ra Ra Riot, os Black Kids, os Delta Spirit, o Bon Iver, o Beirut, os Akron Family, os Dinosaur Jr.?
Sou eu que estou mal, admito. Ao reler este post é a conclusão a que chego. No fundo não quero que estas bandas venham cá em festivais, que se lixem os festivais, quero concertos em nome próprio em locais amistosos como Aula Magna e Coliseu. Será que há espaço para uma produtora de concertos independente em Portugal, que me veja como um nicho de mercado e faça os concertos que eu quero, onde eu quero?
:) É verdade, tens razão.
ResponderEliminarMas deixa lá só passar este ano... ;)Houve quem, por uma razão ou outra (até por ser emigrante!) gostava de ver The National, Faith No More e xx.
Bon Iver... quero muito. Mas não em festival! Nem tão pouco em Coliseu. Aula Magna?
Porque não crias uma produtora independente? ;) Tens o meu apoio!
Eu sou um português à antiga. Gosto de deixar tudo para a última e quando vou a ver já não há bilhetes. Esgota tudo, e não gosto de ir a festivais de teenagers. Ia ao Gente Sentada, comprava bilhete no próprio dia e a sala não esgotava. Que saudades. Por causa disso este ano já tenho bilhetes para Mono, The XX, Sonic Youth e U2. E gostava de guardar os bilhetes dos concertos, que eram pequenas obras de arte, agora parecem um bilhete de comboio. Belo blog já agora.
ResponderEliminarxleen: pois, parece-me que se devia apostar mais em concertos proprios e deixar cair um dos festivais grandes. Seria melhor p todos.
ResponderEliminarRui G: Obrigado! Concordo com vários pontos, o dos bilhetes como arte, a questão de por vezes deixarmos p a ultima. Temos que nos ir adaptando...
Abraços!