um olhar...

Pensamentos a reter de "How Green was my Valley?", grande filme de John Ford, de 1941.

- Huw Morgan: [Narrating] Memory... Strange that the mind will forget so much of what only this moment has passed, and yet hold clear and bright the memory of what happened years ago; of men and women long since dead.

- Huw Morgan: There is no fence nor hedge around time that is gone. You can go back and have what you like of it, if you can remember. So I can close my eyes on my valley as it is today, and it is gone, and I see it as it was when I was a boy. Green it was, and possessed of the plenty of the Earth. Everything I ever learned as a small boy came from my father and I never found anything he ever told me to be wrong or worthless. The simple lessons he taught me are as sharp and clear in my mind as if I had heard them only yesterday.

- Huw Morgan: [narrating] Men like my father cannot die. They are with me still, real in memory as they were in flesh, loving and beloved forever. How green was my valley then.

Não sei se da mudança de idade, mas esta questão da memória tem ocupado grande parte dos meus pensamentos ultimamente. Porque ficam certos momentos na memória e não outros? Como se define esse processo de selecção que condiciona tudo o que uma pessoa é? Para mim nós somos o que a nossa memória guarda cá dentro e cada momento do presente que vivemos é sentido/vivido de determinada forma de acordo com as vivências do passado. Frases como a última do filme que coloquei em cima é algo de muito forte. Sentir que as nossas memórias vão viver para sempre. Fechar os olhos e ver um filme da nossa vida, dos que nos rodeiam é tão fácil e tão maravilhoso. Um dia alguém há-de inventar o leitor de memórias, uma máquina que ligada ao cérebro tira tudo cá para fora e nos transporta para esse mundo, o nosso mundo. Com todos os que nos rodeiam. E porquê são esses que nos rodeiam e não outros também é uma excelente questão. Para as quais não há resposta...